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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

28 - O sofá e o princípio da igualdade soberana

"A aliança estratégica crucial de Israel com a Turquia [...] está abalada pelo recente caso 'Sofagate'. Em uma ação que enfureceu tanto o governo quanto a opinião pública turca, o embaixador turco [Ahmet Oguz Celikkol (à dir.)] foi instruído pelo vice-ministro das Relações Exteriores de Israel [Danny Ayalon] a se sentar em um sofá baixo, em uma aparente tentativa de humilhar o emissário diante da mídia israelense. Danny Ayalon foi posteriormente forçado a pedir desculpas, mas há pouca dúvida de que o episódio causou um dano duradouro a uma das alianças mais importantes de Israel". (Financial Times - 25/02/2010)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

28 - Diferentes posturas "neutras"

O Governo dos Estados Unidos disse a Argentina e Reino Unido que, se for solicitado, considera mediar a disputa sobre a soberania das ilhas Malvinas. O porta-voz afirmou que Governo Barack Obama adota uma postura "neutra" sobre a questão, mas ao mesmo tempo disse reconhecer a "administração" do Reino Unido sobre a ilha.

A Argentina reivindica a soberania das Malvinas desde 1833, ano em que os britânicos ocuparam o arquipélago. Lula pede debate na ONU sobre a polêmica. Para ele, "não é possível que as Nações Unidas continuem com um Conselho de Segurança que seja representado pelos interesses políticos da Segunda Guerra Mundial, que não levem em conta todas as mudanças que ocorreram no mundo. [...] A ONU se distancia e os países individualmente se ocupam de seus assuntos, porque a ONU perdeu representatividade", afirmou. (23/02/10). Veja vídeo sobre a Guerra das Malvinas.

Veja também relato e vídeos do ataque dos aviões argentinos. Vídeo 1 e Vídeo 2.  

sábado, 20 de fevereiro de 2010

27 - Seção "reinterpretações"

26 - Entre o dito e a intenção

"Desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui, fica conhecido", foi o que disse o cônsul-geral do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine, ao se referir sobre o maior terremoto já ocorrido naquele país. Em seguida, comenta suas declarações polêmicas. Disse que era "maneira de expressão, só isso". Este é um bom exemplo de ginástica verbal para se desdizer a respeito do que disse antes.

25 - Seção "se governar, não beba"

Boris Yeltsin se perdendo no discurso. Veja vídeo aqui.

24 - Sangue Latino - Parte 2. Mas será possível?

23 - Quebra de roteiro no protocolo diplomático



Clinton vai às gargalhadas com fala de Yeltsin. A ambiguidade tem lá suas virtudes.

22 - Seção "Se governar, não beba"

Quando Charles Evans Hughes (1862-1948) deixou o Departamento de Estado, disse aos diplomatas: "Nunca procure uma ocupação por causa de título. Esteja perfeitamente convencido de que o trabalho nessa função lhe dará prazer". Depois de Bush e do ministro japonês Nakagawa, a bola da vez é Sarkozy.

21 - Seção "Reinterpretações"

As relações internacionais em uma releitura remixada. Bush e Blair, em um amor sem fim.

20 - Novos links no blog

Novos links no blog: as conferências da TEDGlobal, em Oxford, com Parag Khanna sobre o tema "maps the future of countries" e o vídeo do Academic Earth sobre "the future of globalization".

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

19 - A imagem tem o mesmo valor das palavras?

"Rejeitando alertas da China em momento de crescente tensão bilateral, o presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu ontem, privadamente, o dalai-lama, o líder espiritual tibetano exilado desde a invasão da China no Tibete, em 1950.

O caráter privado do encontro indica disposição dos EUA de não afrontar abertamente a China [...]. Entretanto, uma imagem da reunião, feita pelo fotógrafo oficial de Obama [...] foi posteriormente postada no "Flickr" da Casa Branca. (acesse aqui e leia os comentários) [...] Em resposta, a Chancelaria chinesa expressou, em comunicado, "forte insatisfação e resoluta oposição" à visita do dalai-lama a Washington.

O encontro tem forte simbolismo porque foi precedido de expressos pedidos da China que Obama não recebesse o líder budista - que Pequim qualifica de terrorista e separatista. [...] a Casa Branca comunicou "firme apoio à preservação da identidade religiosa e cultural do Tibete" e instou tanto o dalai-lama quanto o governo chinês a resolver suas diferenças por meio de negociações”.

Segundo Ma Zhaoxu, porta-voz da Chancelaria chinesa, "este encontro violou de forma grosseira as normas que regem as relações internacionais e contraria o compromisso do governo americano pelo qual os EUA reconhecem o Tibete como parte da China". (Fonte: Folha de São Paulo, 19/02/2010).

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

18 - Tudo porque não utilizou a palavra "rei"

"O presidente da Líbia, Kadafi, abandonou repentinamente a cúpula árabe em Doha nesta segunda-feira (30) [...] A saída de Kadafi aconteceu após uma discussão entre ele e o emir do Qatar, Hamad bin Khalifa al-Thani, depois que interveio para pedir a reconciliação com o rei saudita.
Quando o emir do Qatar falava da participação do rei Abdullah bin Abdelaziz da Arábia Saudita na cúpula do Grupo dos Vinte [...] como representante dos árabes neste encontro, Kadafi o interrompeu para pedir desculpas ao monarca saudita. "Pelo meu respeito à uma (nação), considero que o problema pessoal com você (em referência ao rei saudita) acabou. Estou disposto a lhe visitar, e você vem me visitar", disse Kadafi em seu discurso [...].

Ao começar a falar, o presidente líbio não utilizou a palavra "rei" quando se dirigiu ao monarca saudita, portanto, o emir do Catar o interrompeu, pedindo que respeitasse a ordem de discursos dos presentes.

Na cúpula árabe de 2003, que aconteceu em Sharm el-Sheikh, Kadafi criticou a família real saudita e a acusou de ser "agente da ocupação". Como reação, Abdullah bin Abdelaziz, que então era príncipe herdeiro saudita, acusou Kadafi de ter chegado ao cargo com a ajuda dos poderes coloniais. Em consequência, a Arábia Saudita pediu a retirada do embaixador líbio em Riad, e retirou seu embaixador em Trípoli". (Globo.com, 30/03/2009)

17 - Seção "reinterpretações"

16 - Seção "se governar, não beba"

George W. Bush parece não estar atento a esta máxima do dicionário político internacional. Vídeo 1. Vídeo 2.

15 - A estatura da França e o princípio da igualdade soberana

O princípio da igualdade entre os Estados é cuidadosamente preservado nos discursos diplomáticos. Seria exagero supor que ele é transmitido nos sinais físicos do Chefe de Estado? Veja este vídeo que denuncia o pequeno subterfúgio da diplomacia francesa para preservar a estatura da França na imagem do presidente Sarkozy. 

13 - Kadafi propõe à ONU o fim da Suíça. Simples assim...

“Na quarta-feira, em Nova York, o líder líbio Muamar Kadafi falará pela primeira vez em uma Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O discurso dele promete provocar uma nova polêmica: Kadafi deve propor a dissolução da Suíça. A proposta do líder líbio seria que cada região do país fosse "devolvida" para França, Alemanha e Itália. A Suíça é um Estado confederado formado por cantões com as três línguas. [...] A iniciativa seria uma resposta à "ousadia" dos suíços por terem detido no ano passado o filho caçula do líder líbio, Hannibal, após ele ter espancado dois funcionários de um hotel de Genebra. [...]

A ideia da dissolução da Suíça não é nova. Em julho, Kadafi já havia advertido numa reunião do G-8 na Itália, onde participou como convidado, que a Suíça "não é um Estado, é uma máfia mundial, formada por uma comunidade italiana que deveria voltar para a Itália, uma comunidade alemã que deveria voltar para a Alemanha e uma comunidade francesa que deveria voltar para a França.” (O Estado de S. Paulo, 21/09/2009). Leia mais aqui.

De quebra, Kadafi chamou o Conselho de Segurança de "conselho do terror". Veja vídeo aqui.
E para se divertir um pouco, canal francês de tv faz vídeo hilariante sobre o discurso do líder líbio. Veja vídeo aqui.

12 - Seção "se governar, não beba"

"O ministro das Finanças do Japão, Soichi Nakagawa, apareceu em alguns canais de televisão do país respondendo com dificuldades à imprensa durante uma conferência do G7 (grupo dos sete países mais ricos). Ele negou que estivesse bêbado durante o encontro, realizado no último sábado (14), em Roma, e atribuiu sua alteração aos medicamentos que tomou para tratar um resfriado". (Folha On Line - 16/02/09) Veja aqui o vídeo veiculado pela BBC. Shoichi Nakagawa renunciou ao cargo alegando problemas de saúde.

11 - Qual o poder da imagem midiática das relações internacionais?

Ao ser questionado pelo jornal espanhol El País (17/02/2010) se a diplomacia brasileira não teria se intimidado diante do desembarque dos fuzileiros estadunidenses no Haiti, Celso Amorim respondeu da seguinte forma: “Nós estamos no Haiti. Não podemos competir com a CNN, que mostra mais o ex-presidente Bill Clinton do que o comandante brasileiro encarregado da segurança do país. Seria um erro pensar que são os EUA que estão resolvendo a crise no Haiti. As forças americanas estão ajudando diante de uma emergência, como todos. Não é uma competição. O Brasil já decidiu aumentar suas forças de 2.200 para 2.600 efetivos.”

Veja aqui a entrevista de Celso Amorim à rede CNN sobre o Haiti.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

10 - Sangue Latino?

Vejam este conjunto de fotos disponível no blog do Josias de Souza. Construção ou realidade de uma imagem "latin lover" do presidente francês Sarkozy?

9 - As acrobacias com o léxico diplomático


Brasil pede, “de forma educada”, que Irã proteja direitos de ativistas e minorias (Folha de São Paulo, 16 de fevereiro de 2010)

O Brasil pediu ao Irã que "dialogue de forma respeitosa com dissidentes e minorias", em seu chamado mais incisivo a Teerã [...]

Por conta do momento delicado, o discurso do Brasil foi "milimetricamente planejado", segundo fontes diplomáticas, em idas e vindas entre Genebra e Brasília. [...]

O discurso da embaixadora brasileira, Maria Nazareth Farani Azevedo, foi muito mais comedido que o dos EUA e da França, que defendem sanções contra o Irã pelo programa nuclear, e mesmo do que o dos vizinhos latinos Chile e México. Mas passou longe dos desvarios de Nicarágua e Venezuela e foi mais claro que a China e a Rússia, países com poder de veto no Conselho de Segurança que os EUA tentam persuadir a votar pelas sanções.

"O Brasil, de forma educada, mas de maneira inequívoca, dialogou com o governo iraniano no conselho e passou ao governo iraniano as mensagens necessárias", disse a embaixadora à reportagem. [...]

Mas ela evitou usar a palavra "preocupação" e não citou a intensificação da repressão após a eleição do ano passado.

Para as ONGs, a obsessão por tratar um país contra o qual pesam denúncias como "um país como os demais" fragiliza a posição brasileira. "Condenação", por exemplo, não está no léxico diplomático brasileiro para Teerã, dado que o Itamaraty sustenta que "condenar" aliena em vez de engajar.

8 - Seção "reinterpretações"

domingo, 14 de fevereiro de 2010

7 - Os implícitos no discurso diplomático: quem seria o "deus"?

Chavez chama Bush de "diabo" na Conferência da ONU, em setembro de 2006. Veja vídeo aqui.

6 - Quem calou quem, afinal?

Rei Juan Carlos e Hugo Chavez se reconciliam após o "por qué no te callas!".

5 - Por que não te calas?

Rei Juan Carlos manda Hugo Chávez se calar.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

4 - Há alguém mais importante do que um Chefe de Estado?

Berlusconi ao telefone no encontro da OTAN.

3 - Que legenda você daria a esta foto?


2 - Respeito ou subserviência?


Obama curva-se em reverência ao imperador do Japão, Akihito. Gesto infama ânimos em Washington.

"Não é apropriado para um presidente americano se curvar diante de um estrangeiro", considerou o comentarista conservador William Kristol, da rede Fox News.
"Acho que foi um gesto de gentileza", declarou a ativista democrata Donna Brazile, em entrevista à CNN, sublinhando que a intenção de Obama era mostrar "boa vontade entre duas nações que se respeitam".

1 - Quem controla quem?


18/12/09